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sábado, 7 de julho de 2012

Naufrágio

Naveguei por mares sombrios. Minha embarcação ameaçou naufrágio por diversas vezes, mas agora já não há o que nos salve. Ancorei em você por dias sem fim, acenei e prometi voltar e voltei. Cá estou, prestes a me afogar e você? Cadê você? Percorro os olhos pelo cais e te vejo entretido com outros tantos barcos, resolvo afundar só. Era tão certo que o vendaval resultaria nisso. Estava tão frágil que me fragmentei. Virei pó.Me espalhei pela imensidão do mar. Não restou um pedaço inteiro para a reconstrução. Não sobraram braços, mastros, muito menos a bandeira que tanto defendíamos. Quando me disse que o amor diminuiu era verdade, não era? Eu custei a acreditar, confesso. Há tantas palavras soltas no meu diário, há tantas frases que eu tentei te dizer por olhares, mas tudo em vão. Meu peito se rompe e a dor se mistura com a raiva. Me tornei escrava dos meus próprios medos. Você me fez assim. Cá estou com os olhos cansados e tristes. Acreditei no amor e onde estou? Onde estive e fugi (ou pelo menos achei que tivesse fugido). Foi bom te conhecer. Adeus.

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