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domingo, 24 de junho de 2012

São Paulo, 23 de junho de 2012, às 01:15

Eu te observo assim de longe. Tento reconhecer em você a pessoa pela qual me apaixonei. Tento buscar antigos sorrisos, olhos brilhando, um relógio acelerado que marcou nossos primeiros encontros. Busco o amor que fomos no começo. Você insiste em dizer que foi por impulso. Impulso de quem? Eu já tava na sua há tempos, só demorei para me desarmar. Sei que vamos nos perder, isso levará pouco tempo. E o que estamos fazendo? Vendo tudo isso ruir com todos os nossos planos de danças e viagens que ficaram esquecidos. Isso me dói, mas não tenho forças para lutar sozinha. Triste filme. Estamos acostumados um ao outro, mas estamos cansados. Cansados de brigas, cansados de mimos. Cansados. Ou reinventamos o amor, ou o deixamos assim, desbotado, prestes a morrer. Olhos que se recusam a ficarem úmidos, sorrisos que se escondem, desculpas e mais desculpas para adiar o óbvio. Quem acreditará em no nosso relacionamento se pelo menos um de nós não bota fé ? Tardes tristes. Pareço forte, mas por dentro estou aos pedaços, aos prantos que não cessam. Luto para me conformar com o fim (tudo parece tão certo...), mesmo com o coração gritando " INSISTA, ISSO NÃO PODE ACABAR ASSIM!" . Insistir no que está morrendo? Bobagem? Não tenho respostas. Minha mente se enche de perguntas e de soluções tão confusas.
Pela manhã uma lágrima escorreu pela face. Ando aflita. Muito aflita. Esses dias frios me causam nostalgia. Como nos apaixonamos? E nossos planos, o que faremos? Guardaremos em caixas, rasgaremos, adiaremos? Toda vez que te vejo eu já não sei o que fazer. Somos tão frios. A minha vontade é de abraçar e de não te deixar ir. Ir pra onde? Não sei se você volta pela manhã só para me ver dormir, como você ficou por horas (se lembra?), se cuidará de mim quando a doença vier dar o ar da graça, se dormirá no meu colo como criança e acordará pedindo mil desculpas por ter me deixado em papos com o futebol. Dias longos. Planos longos para uma vida tão curta. Lembra no dia em que você me levou a um lugar com a vista mais bonita? Ficamos um longo tempo observando essa "selva de pedra" (até ela se encontra nas particularidades e é bonita). Dias como esse se perderam. Éramos tão voltados para nós. Fomos capazes de pulsarmos no mesmo sentido.
Diga-me, em que horas nossos destinos se perderam? Esses caminhos que hoje se distanciam, podem voltar a se cruzarem como aconteceu a pouco?  Desde quando deixei de ser peça do seu quebra cabeça?
Fomos a vivacidade da adolescência e hoje agonizamos, desistimos de lutar. E nessa brincadeira, aonde fica o amor? 

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