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terça-feira, 16 de setembro de 2008

" O tempo foi que errou"

Certo dia resolvi andar pelas ruas, os ventos me traziam perfumes os quais estava tentando esquecer, a comida me trazia o gosto o qual preferia não lembrar, a novela que passava na vitrine da loja me lembrava bons momentos... Estranho, mas tudo o que estava colorido transformou-se em preto e branco, a felicidade ausenta-se por um momento e a melancolia toma conta, algumas lágrimas escorrem na face, até que alguém me para, era uma criança e me pergunta:
- O que aconteceu com você? Por que choras assim?
Abismada com a abordagem carinhosa e com as palavras doces respondo:
- Não é nada, sinto-me envergonhada... Onde já se viu uma mulher dessas chorar e perambular pelas ruas após uma perda? (enxuguei as lágrimas e sentei-me na calçada)
- Não chore, não chore, levante-se, perambule pelas ruas, veja as diversas histórias que esta contém e a perda é inevitável...
- Já teve aquela sensação de "eu devia ter feito" ou "eu devia ter falado", e quando você pensou em falar foi tarde demais?
- Não se preocupe com isso, está vendo aquela estrela ali? Ela sorriu pra você... quem se foi, sabe ao certo o que você queria dizer ou fazer. A alma e o coração não mentem
Calei-me, respirei fundo e voltei ao meu apartamento. Afoguei-me em lágrimas. Como pode uma criança ser tão sábia?

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